Quais são os melhores tratamentos para o câncer oral?
Segundo texto da série especial sobre Câncer Oral discute as opções de cura e como fica a saúde do paciente ao longo do tratamento.
SEGUNDO TEXTO DO ESPECIAL ‘CÂNCER DE BOCA’
No primeiro texto da série especial sobre câncer oral aqui do Blog do Dr Felix, vimos o que é a doença, quais são os sintomas, os fatores de risco e demos dicas de prevenção.
Hoje, vamos discutir um tema importante: como tratar o câncer oral. Entenderemos quais são as técnicas mais modernas, as mais efetivas e, principalmente, como fica a saúde do paciente ao longo do tratamento.
QUAIS SÃO OS TRATAMENTOS CONTRA O CÂNCER DE BOCA?
Como vimos no texto anterior sobre as características do câncer de boca, a doença é perigosa e, infelizmente, ainda causa muitas mortes. Por isso, destacamos a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. Porém, quando o câncer já está instalado, o melhor a fazer é combatê-lo com as melhores armas que a Ciência e a Medicina possuem.
O tratamento do câncer oral costuma combinar três técnicas principais:
- a quimioterapia,
- a radioterapia
- e a cirurgia.
Não é possível determinar de antemão o melhor tratamento para o câncer bucal. Cada caso é um caso. No melhor cenário, profissionais da odontologia e da oncologia trabalharão em conjunto para determinar as melhores opções de tratamento.
A quimioterapia é desagradável, porém é um método efetivo quando o câncer já está em estágios mais avançados.
A cirurgia de remoção de tumores costuma ser a primeira opção quando o câncer já está instalado e não se encontra em estágios extremamente avançados. Quimio e radioterapia são utilizadas nos casos mais graves, quando o câncer já está mais espalhado, o que exige estratégias agressivas de cura. Ambas são normalmente utilizadas concomitantemente, já que uma potencializa os efeitos da outra.
Seria melhor primeiro realizar uma cirurgia e depois seguir com sessões de quimioterapia? Ou começar com quimioterapia + radioterapia e só depois fazer uma cirurgia? Estas decisões serão feitas pela equipe médica e odontológica de acordo com o estágio da doença e as características de cada paciente.
O PAPEL DO DENTISTA NA CURA DO CÂNCER BUCAL
É importante destacar a importância do dentista durante o tratamento do câncer bucal.
Muito além de diagnosticar a doença, o dentista poderá prover informações importantes à equipe médica que cuidará do paciente, assim como realizar procedimentos curativos antes dos tratamentos mais ‘pesados’ (como a quimioterapia) entrarem em ação.
Por exemplo: se for constatado que o paciente precisará, necessariamente, fazer quimioterapia ou radioterapia, então é importantíssimo que sua saúde bucal esteja perfeita antes destes tratamentos invasivos serem realizados.
A quimioterapia diminui a possibilidade das células do câncer ‘se espalharem’ pelo corpo, reduz o tamanho do tumor antes de operações e torna as células malignas mais sensíveis à radiação. É um tratamento desagradável, de fato, porém é poderoso como método de cura.
O dentista analisará a saúde bucal do paciente e procurará por quaisquer indícios de machucados, infecções, cáries ou dentes ‘doentes’. Todos esses problemas serão tratados até que sarem por completo, evitando, assim, que causem complicações pós-terapêuticas.
É muito comum, por exemplo, que alguns dentes que estejam ‘doentes’ sejam extraídos antes de um tratamento radioterápico ter início. Isso é uma medida preventiva importante. Caso fosse necessário realizar uma cirurgia nesse dente doente após a radioterapia, isso poderia gerar problemas sérios como a necrose do osso que dá suporte ao dente, de difícil tratamento. Por isso, o dentista irá fazer tudo o que puder para deixar a boca do paciente perfeita antes do início dos tratamentos anticâncer.
COMO FICA A SAÚDE DO PACIENTE APÓS OS TRATAMENTOS?
Tratar o câncer nunca é fácil. Os procedimentos são demorados, geram efeitos colaterais desagradáveis…mas o mais importante é que ajudam a vencer esta terrível doença. Com o câncer bucal não é diferente. Quanto mais cedo ele for detectado, maiores as chances de cura total, mais rápido é o tratamento e menores são as sequelas. Porém, como vimos anteriormente, um dos maiores problemas desse tipo de câncer é que normalmente ele é detectado quando já está bastante avançado.
Nos casos mais sérios de câncer bucal, os tratamentos serão longos e invasivos. Dependendo do estágio, será necessário realizar cirurgias orais complexas para remoção de tumores, as quais poderão exigir cirurgias subsequentes de reconstrução das gengivas ou da estrutura da face. Talvez seja necessário passar por períodos de reabilitação, com treinamentos para voltar à boa mastigação, deglutição ou à fala normal, dependendo de quão invasivas tenham sido as cirurgias. São os casos mais extremos, mas mostram como é importante identificar cedo a doença.
A ideia dos tratamentos é eliminar o máximo de células do câncer, retomando a saúde plena do paciente.
A boa notícia é que tratamentos modernos estão sendo desenvolvidos a todo o momento, o que aumenta as nossas esperanças de um futuro melhor para quem adquire esta doença. Um exemplo são os chamados ‘coquetéis genéticos’, criados para interferir com as células específicas do câncer oral, aumentando os prospectos de cura e diminuindo os efeitos colaterais. Outros medicamentos, utilizando novas estratégias de combate, também estão em estudo.
Ainda estamos longe de um tratamento rápido e 100% eficiente contra o câncer oral, porém a Medicina continua avançando a passos largos e certamente, no futuro próximo, novidades poderosas estarão à disposição dos pacientes. Enquanto isso, mantemos a mensagem: prevenção é fundamental. Visite seu dentista com frequência e converse com ele(a) caso sinta ou perceba qualquer alteração em sua boca. Quanto antes um problema é identificado, mais fácil é corrigi-lo.